Os Movimentos Sociais Perderam as Eleições – vídeo por Antimídia

Aqui estamos em mais um ano eleitoral. Como muitos de nós afirmamos, o voto não foi capaz de barrar o fascismo. Em 2024, a extrema direita aparece fragmentada nas eleições municipais, mas membros do governo Bolsonaro, militares e líderes da burguesia que organizaram a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 seguem suas vidas sem consequências. Enquanto isso, no campo da esquerda, pouco foi aprendido sobre os limites da política eleitoral. O governo Lula já coleciona decepções, desrespeito a grevistas e atraso em atender as demandas dos grupos oprimidos que convidou para subir a rampa no dia da posse e prometeu representar.

Alguns movimentos e formadores de opinião da esquerda chegam ao ponto de conclamar o “voto útil” em candidatos de direita que estão à frente nas pesquisas, para supostamente “barrar a extrema-direita”, como acontece em Belo Horizonte.

Aproveitamos mais um brilhante vídeo do coletivo Antimídia para lembrar que, como escrevemos em 2020, quem perde tempo, recursos, atenção e apoio com tudo o que é gasto para campanhas eleitorais, são os movimentos sociais. Ou nos organizamos com os de baixo, ou votamos com os de cima. O meio do caminho é sempre a vitória do Estado e a derrota dos povos, dos biomas e da liberdade.

Os Movimentos Sociais Perderam as Eleições

Campanhas eleitorais exigem muito dinheiro, energia e tempo. Recursos limitados que poderíamos usar pra fortalecer nossas comunidades, lutar contra as opressões e contra um sistema que está literalmente acabando com a vida na Terra.

Mesmo que as lideranças de movimentos sociais que estão concorrendo a um cargo sejam eleitas, o movimento social perde. Pois as pessoas eleitas deixam de agir dentro de suas organizações e territórios e passam a viver nos salões e confraternizar com nossos inimigos. Deixam de lado a luta, para buscar a conciliação com a classe dominante que controla as instituições da democracia.

Não há como usar a estrutura do Estado colonialista brasileiro, sem a permissão da elite que o criou. Não há como fazer as instituições do Estado funcionarem sem reproduzir as dinâmicas de violência e opressão que foram criadas para exercer.

Estamos ficando sem tempo. A cada dia que deixamos de lutar esperando uma conjuntura melhor, a cada par de anos que perdemos esperando por um governo que vai finalmente fazer a diferença, a nossa situação apenas piora.

Nossa vida é agora. Nossa luta é agora. Nossos sonhos não cabem nas urnas e nos palácios de governo. Quanto mais cedo nos dermos conta de que nosso futuro está em nossas mãos, melhor será nossa condição. Não precisamos esperar pelo colapso dessa sociedade para construir uma nova. Podemos começar agora. Para mudar tudo, comece de algum lugar!

Para saber mais:

Livros e Textos